segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Tabarnac!!!!

O joual é o linguajar popular do Quebec. Se não me engano, conserva elementos fonéticos dos antigos colonizadores - assim como o português brasileiro. Aqui vão dois exemplos do joual: o primeiro é de um comediante de lá (acho), e outro é um marroquino que imita o "sotaque" de lá - não é bem sotaque porque não é só o tom das palavras que muda, mas toda a forma de falar, mas tá valendo!





terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Os Vikings estão chegando!

Nunca me esquecerei de uma aula de História da América I (creio ter sido em 2001), quando a professora tratou das migrações de Asiáticos e Polinésios para o "Novo Mundo" - aqueles que se tornaram os nossos "índios" -, e eu pedi a palavra e afirmei, quase categoricamente (coisa de aluno de segundo ano do curso de História mesmo...), que os Vikings tinham chegado no norte do continente comandados por Leif Eriksson. Ela só faltou me esquartejar, colocar meus pedaços em postes e salgar minha casa para que nada mais ali nascesse.

Pois então... Passados mais de 5 anos e eu ainda fiquei com isso na cabeça, até hoje, quando, sem querer, vi na Wikipedia um artigo sobre o sítio arqueológico de Anse aux Meadows, em Terra Nova, no Canadá - além de outras referências, claro. Lá, um casal de arqueólogos nórdicos encontraram restos de uma vila Viking, na década de 1960. Isso mesmo, um assentamento Viking na América!!!

Mais surpreso fiquei quando soube que aquilo foi tombado como patrimônio histórico pela UNESCO, e que haviam resquícios suficientes para comprovar a estadia dos nórdicos pelas bandas canadenses. Ou seja: tudo indica que eles vieram mesmo!!! Mas, também, pensem comigo: para quem chegou nas distantes Islândia e Groenlândia (os Vikings mantiveram colônias nesses lugares que existem até hoje!), que custava dar uma de metido e descobrir a América antes de Colombo?

Pelas pesquisas, eles ficaram por lá menos de 10 anos, e a colônia acabou por conflitos na própria comunidade e com os nativos. Porém, lá ainda há casas, celeiros, e outras construções, em pé. Os relatos Vikings chamam aquela terra de Vinland, e no artigo da Wiki (pt en) vocês poderão conferir as fotos do lugar. Dizem ter encontrado resquícios desses povos europeus em outras partes do Canadá, e até dos EUA, mas não há nada tão bem comprovado quanto Anse aux Meadows.

Se eu for pro Canadá algum dia, será questão de honra enviar umas fotos para essa professora :)

domingo, 9 de dezembro de 2007

Nem tudo está perdido!!!

O último post foi um desabafo. Mas depois que eu raciocinei um pouco, vi que se eu passasse mais de 2 semanas no Quebec eu conseguiria os pontinhos que me levariam ao Canadá. Ou seja: ainda há esperança! E sem precisar pegar uma namorada de aluguel! (claro que foi um absurdo e uma brincadeira o que eu coloquei no último post... ;) )

Ou eu faço um curso de francês por lá, ou eu tento algum programa de trabalho temporário, como esses "intercâmbios" para servir McDonalds nos EUA. Mas aí já tendo trabalhado no Quebec por um tempo as chances aumentam, tanto porque já estarei ambientado com o lugar, e só me restará entrar com o processo!

Logo eu volto com aspectos culturais de lá!

sábado, 8 de dezembro de 2007

Primeiro balde de água gelada


Eu comecei a estudar a possibilidade de imigrar pro Quebec depois de assistir a palestra promovida pela Província em Brasília, em julho desse ano. Nessa época eu fiz o teste online e passei, mesmo colocando nível intermediário de francês e inglês - ou seja, esperando que daqui a um ano eu teria esse nível...

Daí hoje eu refiz o mesmo teste online em Florianópolis, onde moro, e eu não passei. Será que foi a influência do mar? Dos surfistas? Ou das lindas mulheres da minha cidade? (tá bom, eu prefiro as morenas do interior de São Paulo, que dão de dez a zero nessas loiras sem graça).

Daí eu refleti sobre o motivo e cheguei à conclusão óbvia: quando eu fiz o teste pela primeira vez eu estava noivo, e agora estou solteiro. Minha ex tem especialização em Turismo, e eu estou concluindo um mestrado em História, duas áreas que não estão em demanda por lá, mas só o fato de nós termos esses títulos já nos colocava como bons candidatos.

Agora as minha chances estão reduzidíssimas, pois não tenho tempo nem pra ter a experiência suficiente full time na minha profissão por causa da minha idade quase limítrofe, e também não tenho como acumular 12 mil dólares canadenses pra daqui a dois anos no máximo. A única saída seria achar ou alguém pra se casar comigo por contrato, ou achar uma namorada que esteja disposta a imigrar também.

Eu quero fazer meu doutorado logo, e por isso também eu não posso mais esperar. Tenho quase 30 anos e esperar mais 3 ou 4 anos até acumular os 12 mil dolares ou visitar o Quebec durante mais de 2 semanas (ah, esqueci de dizer que se eu ficar no Quebec por mais de 2 semanas eu também posso imigrar) é difícil e muito custoso. Vou dar um jeito de ver outro país, ou mesmo sair só de Floripa, terra ruim que só tem praia - e isso ainda por enquanto, porque com esse aquecimento global nem mais praia vai sobrar...

Esse, senhores, foi meu desabafo e minha frustração. Mas quem sabe eu não encontre uma cara-metade que queira dividir esse projeto de vida?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

I Am e I'm Not Canadian

No Youtube rola um comercial da cerveja Molson, onde um canadense entra num palco e faz um discurso empolgado diferenciando o Canadá dos EUA, dizendo coisas como "I believe in peace keeping, not policing,diversity, not assimilation", e por aí vai. Confesso que pra quem está muito a fim de imigrar pra lá ele é muito empolgante. Segue o videozinho:



Só que uma rádio do Quebec fez uma contra-propaganda, satirizando esse comercial. Só situando os que não "tão ligados na parada", no Quebec rola um m0vimento separatista influente, e que, pelo o que eu me lembro de cabeça, levou os canadenses a votarem num plebiscito para decidirem sobre a independência da província. Daí o sujeito do vídeo, zoando do primeiro, fala que "I smoke in church" e "I pronounce it "tird", not third":



Para quem, como eu, entendeu por cima do primeiro, e bulhufas do segundo, aí vai a legenda de ambos, e a explicação da Wikipedia sobre a piada - sim, essa "piada interna" precisa de explicação!

Alguns esclarecimentos

Segue-se alguns esclarecimentos que orientarão este blog. Vejamos:

a) Imigrar não pode ser considerado um sonho. Acho que os postulantes a qualquer imigração deveriam encarar a coisa mais como um objetivo, e menos como um sonho. Idealiza-se muito quando se sonha, para chegar-se no lugar e deparar-se com uma realidade totalmente diversa. Daí, ou volta, ou vira um daqueles brazucas chatos que só falam em saudade;

b) Eu ODEIO brazuca, assim como a própria palavra. Brazuca, pra mim, significa aqueles manés que ou viajam de férias, ou imigram, e não param de comparar o lugar onde estão com o Brasil, ou mesmo não param de dizer que estão com saudades de feijoada, caipirinha e da tapioca do Zé da esquina lá de Pindamonhangópolis. Imagino que dê saudades sim, mas os próprios imigrados odeiam gente assim;

c) Estou pensando em imigrar por:

  • segurança financeira
  • bem-estar meu e dos meus pais
  • realização profissional, com possibilidade de carreira internacional
  • ter uma experiência de vida diferente, convivendo com várias culturas
d) Assim como as pessoas escolhem trabalhar 8h diárias no Brasil e assistir Faustão aos domingos, eu escolhi trabalhar e estudar num país estrangeiro, e viver uma vida diferente. Não me venham com um papinho fácil de "você está deixando um país que precisa de você". Capitalismo é algo mundial, e gente para ser ajudada existe em todo o globo - e, por incrível que possa parecer a quem não conhece, existem problemas sociais no Canadá também gente!

e) O Canadá é um país com políticas públicas favoráveis à imigração especializada, com uma sociedade organizada e educada para compreender as diferenças das mais diversas, porém, eu sei que nem sempre as coisas são como na propaganda governamental. Mudar-se para um outro país significa ser "o outro" para os "nativos", e, acreditem, por mais que eles tenham tido todas as oportunidades do mundo para estudarem e formarem um país de PhD's, muita e muita gente por lá ainda vai reclamar que os imigrantes "estão roubando os nossos empregos";

f) Estou consciente que não existe paraíso na Terra, e que o Canadá não é diferente. Ser "o outro" falando mal a língua local, desconhecendo os costumes, e ainda pegando um inverno de -30 Celsius é pracabá, como diz uma amiga. Lá existem crimes, golpes, problemas sociais, problemas na saúde pública (os médicos estão se mudando pros EUA porque lá ganham mais e pagam menos impostos, e os Hospitais dos grandes centros não estão dando conta da demanda), tráfico de drogas, pedofilia (aquele cara que foi preso na Ásia pela Interpol, que descobriram o rosto pelas fotos deformadas achadas na internet, é canadense), e mais uma cacetada de coisas, porém, MUITÍSSIMO MENOS do que em Pindorama. Mas, na verdade, não sei até quando eles conseguirão sustentar um welfare state como aquele.

Acredito que na medida em que eu for me lembrando de mais coisas (pessoas, são 2h da madruga agora, e eu estou com muito sono!) irei ampliando este post.

Inauguração

Salut!

Aqui começa não só um blog, mas uma jornada. Se ela me levará ao Quebec, não sei, aviso desde já. Aqui eu pretendo reunir minhas análises, minhas reflexões sobre a "Nouvelle France", e sobre o processo de abandonar o seu país de origem para se viver uma experiência nova num lugar desconhecido, numa "festa estranha, com gente esquisita", como diria Renatão.

Na medida em que eu for postando, delinearei cada vez mais minha opção por imigrar ou não. Para a minha (futura) profissão, eu terei que aprender o francês do mesmo jeito, indo ou não para o Quebec, então a língua não será a barreira.

Aos visitantes, adianto desde já que não sei nada sobre os meandros do processo de imigração, e que nas comuniades do orkut (é só digitar Canadá ou Quebec que aparecem dezenas...) as dúvidas poderão ser melhor sanadas. Entretanto, não me nego a ajudar quando puder.